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Abaira/BA - A Capital da Cachaça


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História

Através da história do Brasil tomamos conhecimento do que evidenciava a fundação de uma cidade no período colonial, era um marco festivo, através da implantação de um “pelourinho” para castigar escravos e os criminosos ou a celebração de uma missa.
Em Abaíra o único testemunho que prova sua origem é a Igreja Matriz datada de 1879, hoje bastante descaracterizada de sua arquitetura inicial.
E assim começa nossa história. No final do século XIX, um cidadão Sr. José Joaquim de Azevedo, morador do Curralinho, recebeu de herança uma fazenda, onde passou a residir. Tal fazenda era chamada “Capoeira de Cana”, devido à grande quantidade de cana ali existente. José Joaquim de Azevedo era um homem íntegro e muito humano e vendo a necessidade daqueles que o procuravam, achou-se na obrigação de abrir um comércio de gêneros alimentícios para atender os mineradores que se deslocavam do Bom Jesus do Rio de Contas para Mucugê e também o pessoal dos arredores. Com o passar do tempo tornou-se um hábito aos domingos as pessoas procurarem a “Venda” para tomar uma boa cachaça que ali era fabricada. Foi por isso que José Joaquim de Azevedo recebeu o cognome de “Zé da Venda”.
Com o passar dos tempos muitos daqueles frequentadores da “venda” e mesmo os que passavam em busca de minérios, desejosos de se estabelecerem aqui, Zé da Venda começo a doar terras para que eles construíssem ao redor da Igreja. E assim foi crescendo um povoado com o nome de “Venda” num lugar onde era conhecido como Capoeira de Cana.
Zé da Venda era um homem muito religioso e com o crescimento dos frequentadores da venda, sentiu a necessidade de construir uma igreja. No início os atos religiosos eram celebrados numa palhoça, até que a igreja ficasse pronta. Não esquecendo que naquela época sepultavam os mortos junto á igreja, sob a proteção do Senhor, conforme era na tradição dos colonizadores portugueses.
Zé da Venda mandou construir uma igreja que logo ficou pronta no ano de 1879. Ele mandou buscar uma imagem para ser a padroeira da cidade. No dia de sua chegada (da imagem) organizou uma festa que processou no dia 02 de fevereiro de 1879. Para esta festa foram convidados várias pessoas de outras localidades. A recepção da padroeira Nossa Senhora da Saúde, num lugar chamado Gajé. Todos esses acontecimentos tiveram como principal patrocinador Zé da Venda. Foi realizada a 1ª Missa pelo padre da cidade de Bom Jesus do Rio de Contas, atual Piatã, o reverendíssimo padre José de Souza Barbosa, conhecido como padre Souza.
A igreja foi construída um pouco virada para o lado esquerdo. Isto é, com a frente virada para a casa de Zé da venda, de onde caso adoecesse poderia assistir à missa de sua janela. Ele era possuidor de muitos escravos, os quais ajudaram na construção da igreja, porém muito generoso , prova nos é dada pela não existência de um “pelourinho”.
José Joaquim de Azevedo se apaixonou por uma jovem de nome Ana Vitória que morava próximo dali. Todavia essa jovem gostava de um moço que residia num lugar denominado Fernando, chamado Antônio Precasso, moço que viajava com tropa e gostava de tocar violão. E com ela se casou, tendo três filhos: Antônia Amélia, Augusta e Maria Etelemina.
Zé da venda por sua vez, contraiu matrimônio com Maria Rosa com quem teve um filho de nome Antônio Vitorino Azevedo. Este seu filho casou-se com Melânia Rosa de Oliveira e tiveram três filhos: Agripino Augusto de Azevedo, Simpliciana Azevedo e Agemiro Azevedo, o último faleceu aos oito anos de idade. Já os outros Agripino e Simpliciana foram criados por seu avô paterno Zé da Venda.
Quis o destino que o seu sonho realizasse. Zé da Venda ficou viúvo e Precasso também faleceu depois de ter contraído uma febre em uma de suas viagens com tropa, deixando Ana Vitória viúva com três filhos. Então Zé da venda desposou sua amada Ana Vitória.
Com a igreja construída e a expansão do povoado foi criado o distrito de Tabocas, devido à grande quantidade de uma espécie de bambu que existia às margens do rio Taboquinha.

Pela lei municipal nº 35 de 24 de abril de 19l6 do município o qual hoje é Piatã é aprovada pela lei estadual de 09 de agosto de 1916 o distrito de Tabocas teve seu nome mudado afinal para Abaíra por Antônio ribeiro de Novais. Esse nome foi tirado de uma obra do romancista Lindolfo Rocha dos termos do Tupi Guarani que havia neste livro:

Aba – Abundância
Íra - Mel
Abaíra – Abundância de Mel


Abaíra pertenceu a Piatã até o dia 22 de fevereiro de 1962, quando foi desmembrada e emancipada pela lei nº 1622 de 22/02/62.
Desde a emancipação tivemos oito prefeitos entre os quais o Sr. João Hipólito Rodrigues (já falecido) que foi eleito por três vezes. Também os prefeitos:

• José Prado Novais Filho
• Eumar Pereira
• Carlito Costa
• Anatalino José de Azevedo
• Amaury de Brito Oliveira
• Edmundo Oliveira
• Edval Luz Silva

Podemos destacar, também, aqui na nossa história, a obra de grande importância que foi a criação da Filarmônica Lira Abairense, que marcou e até hoje está presente em todos os acontecimentos de nossa cidade.
Tal banda foi fundada em 07 de setembro de 1913, com o nome de “Sociedade Philarmônica Lira Esperança do Arraial de Tabocas” tendo como fundadores, o profº. Sebastião de Carvalho (1º Maestro), Zeferino Mendes de Azevedo, Damásio José Pereira, Delfino L de Azevedo, Pedro José de Brito, Antônio M Costa, Minervino A Costa, Agripino Augusto de Azevedo, José de Oliveira Alves, Zifirino Azevedo, Maurício R de Novais, Joaquim José Boto, Balduíno Souza e Antônio Novais. Sua diretoria era composta por:

Antônio Costa – Presidente
José de Oliveira Abreu – Vice-Presidente
Zifirino Mendes Azevedo – Tesoureiro
Profº Sebastião de Carvalho – Maestro

Em 28 de abril de 1957, foi reformulado o estatuto passando a Banda, a se chamar “Sociedade Lítero Musical Lira Abairense da Vila de Abaíra, e sua diretoria passou para Wilson Cardoso de Oliveira como presidente, Waltez Oliveira como vice e como tesoureiro o Sr. Carlito Costa e tinha a colaboração do sócio benemérito Dr. Francisco Rocha Filho.

A nossa cultura é bastante rica, como já foi demonstrada. Entretanto ainda aqui salientamos o nosso folclore que muito contribuiu para o enriquecimento da mesma. Podemos citar entre as festas folclóricas o Pau-de-Fitas, uma dança que era apresentada nas festas tradicionais. Também o Bumba-meu-Boi, dança folclórica que animava as festas. No nosso folclore tinha também as “Pastorinhas”, que eram as mocinhas que saíam às ruas cantando “reis” e visitando as casas, especialmente as que tinham presépios. E elas cantavam mais menos assim:
O terno das lindas pastorinhas...

E ainda nossas festas tradicionais que são bastante animadas, no dia 02 de fevereiro comemoramos o dia da nossa padroeira, Nossa Senhora da Saúde, festa que acontece desde a chegada da imagem em nossa cidade.
Nessa festa os rapazes se vestiam com caretas e pegavam verduras na feira para o leilão que acontecia na véspera da festa. Já as moças se vestiam de ciganas oito dias antes da festa e iam para as ruas conseguir mantimentos para o almoço das pessoas que vinham de fora.
Algumas moças laçavam os rapazes e levavam para um cercado e de lá eles só saíam quando doavam dinheiro que servia para custear os festejos. No dia da festa saíam às ruas as vendedoras de ingressos para angariar dinheiro para os festejos. Esses ingressos eram uns cravos ou uma rosas feitas de papel crepon. As moças laçavam os rapazes, estes pagavam e recebiam o ingresso que era colocado na lapela. Vale lembrar que só entrava no baile da sociedade quem tivesse o ingresso.
Durante toda a semana da festa , havia quermesse e brincadeiras nas ruas como: corrida de saco, corrida de jegue, quebra pote, pau-de-fitas, pau-de-sebo, bumba-meu-boi e outras.
Nos festejos juninos, também tinha uma animação incrível. O famoso forró de Dr. Rocha atraía várias pessoas da região. Elas se divertiam ao som da sanfona e comiam muita canjica, bebiam quentão ao lado da famosa fogueira de pé-de-pau, soltando fogos e assistindo ao espetáculo das espadas (que ele trazia de fora).
Também o forró de São Pedro, na casa de Mãe de Pia (parteira), essa era uma festa muito animada na qual as pessoas se divertiam muito.
Havia outras festividades como o carnaval e a micareta.

Nossa economia foi centrada basicamente na produção de cachaça. Hoje ela se divide entre o comércio, a cachaça e outra pequenas agriculturas de subsistência. Mas, vale a pena salientar que a nossa principal produção agrícola é mesmo a cana-de-açúcar para a produção de cachaça.
Por este motivo desde 1987, que em anos alternados, festejamos nossa maior cultura, conhecida como melhor cachaça da região.

Abaíra está situada na micro região da Chapada Diamantina Meridional com uma área de 620 Km quadrados em uma região de rochas cristalinas, um relevo bastante montanhoso com cotas que variam entre 600 a 1.500 metros de altitude.
Serras que se destacam no município de Abaíra: Itubira, Barbado, Pastinho, Estiva, Tromba, Santana, Bonito e Teixeira.
A rede hidrográfica corresponde à bacia do Rio de Contas, destacando-se o Rio Água Suja e os riachos Lameirão ou Bonito e Taboquinhas.
Abaíra faz limites, ao Norte com os municípios de Piatã e Mucugê; ao Sul com Jussiape e Ibicoara; a Leste com Mucugê e a Oeste com Rio do Pires.
O clima de Abaíra é tropical sub-úmido do tipo seco. Caracteriza-se por uma estação chuvosa de novembro a março e outra bastante seca de abril a outubro.
A vegetação é bastante variada em virtude do relevo acentuado, predominando a caatinga, interrompida por formações de cerrado, conhecidos como gerais ou carrascos. Em certos trechos a vegetação se adensa com características de florestas surgindo a Mata cipó.
Na agricultura destacam-se os principais produtos: cana-de-açúcar, mandioca, café, cebola e banana.
Na pecuária os principais rebanhos: Bovino, muares e suínos.